Salas limpas (clean rooms) são ambientes controlados, com baixos níveis de contaminação por partículas no ar, utilizados em indústrias como farmacêutica, eletrônica, alimentícia, cosmética, hospitalar e laboratorial. Para garantir a eficácia dessas áreas, é fundamental realizar a manutenção e limpeza rigorosa dos equipamentos, especialmente os confeccionados em aço inox, material amplamente utilizado nesse contexto devido à sua resistência e facilidade de higienização.
A seguir, destacamos os cuidados essenciais com a limpeza e a manutenção de equipamentos em salas limpas, seguindo normas de boas práticas e exigências regulatórias.
1. Importância da manutenção e limpeza adequadas
A limpeza e manutenção de equipamentos em salas limpas visam:
- Evitar contaminações cruzadas;
- Preservar a integridade de processos críticos;
- Prolongar a vida útil dos equipamentos;
- Atender às exigências de órgãos reguladores (como ANVISA, ISO, FDA);
- Garantir a segurança de produtos, usuários e consumidores finais.
2. Características dos equipamentos em aço inox para salas limpas
O aço inox é o material mais indicado para salas limpas por ser:
- Não poroso e resistente à proliferação microbiana;
- Fácil de limpar e desinfetar, sem reter resíduos;
- Resistente à corrosão, mesmo com produtos químicos;
- Durável mesmo sob uso contínuo e intenso;
- Compatível com normas de biossegurança.
Entre os equipamentos comuns estão: bancadas, lavatórios, pass-throughs, armários, carrinhos, estantes e suportes.
3. Procedimentos de limpeza
A limpeza deve ser realizada em etapas e com métodos padronizados:
Etapa 1: Remoção de sujidades visíveis
- Usar panos limpos e não abrasivos (como microfibra ou tecidos especiais para clean rooms).
- Utilizar detergentes neutros diluídos em água limpa.
- Aplicar movimentos unidirecionais (nunca circulares), sempre do mais limpo para o mais sujo.
Etapa 2: Desinfecção
- Aplicar produtos desinfetantes autorizados (como álcool isopropílico 70%, hipoclorito, quaternário de amônio ou peróxido de hidrogênio, conforme compatibilidade com o ambiente).
- Garantir tempo de contato conforme instruções do fabricante.
- Evitar o uso excessivo de água, que pode escorrer e comprometer áreas limpas adjacentes.
Etapa 3: Secagem
- Utilizar toalhas descartáveis ou panos autoclaváveis.
- Evitar deixar resíduos ou marcas que possam interferir na pureza do ambiente.
4. Frequência da limpeza
A frequência varia conforme o grau de exigência da sala limpa (classificação ISO):
- Diária: Equipamentos de uso constante como bancadas, lavatórios, puxadores, interruptores e superfícies horizontais.
- Semanal: Equipamentos fixos, como armários e estruturas metálicas.
- Mensal ou sob demanda: Limpeza profunda de partes menos acessadas ou desmontagem de componentes específicos.
5. Manutenção preventiva
- Inspeção periódica: Verificar desgastes, parafusos soltos, amassados, trincas ou ferrugem.
- Lubrificação de partes móveis (se aplicável): Com lubrificantes compatíveis com ambientes controlados.
- Reposição de peças danificadas: Sempre com componentes de mesma especificação técnica e sanitária.
- Validação e registro: Toda manutenção deve ser registrada em relatórios com data, responsável e ação realizada.
6. Boas práticas e cuidados extras
- Usar EPIs adequados: Luvas, toucas, máscaras e jalecos antissépticos.
- Evitar produtos abrasivos: Eles danificam o inox e criam microfissuras propícias à contaminação.
- Utilizar panos e mop próprios para salas limpas: Com baixa liberação de partículas.
- Treinar as equipes regularmente: Padronização do método de limpeza é fundamental.
Conclusão
A manutenção e limpeza correta dos equipamentos em salas limpas é uma rotina crítica para garantir a eficiência dos processos, conformidade regulatória e segurança dos produtos. Equipamentos em aço inox, aliados a procedimentos bem definidos e frequentes, proporcionam um ambiente controlado mais seguro, eficiente e durável.
Manter esses padrões é um diferencial competitivo e uma exigência indispensável para quem atua em setores de alta precisão e controle sanitário.